sexta-feira, 18 de abril de 2014

Qual a receita?

Hoje meu filho me emocionou profundamente,meu filho estava jogando bola com o pai,me aproximei para brincar com eles,meu filho me empurrou rumo à cozinha "saí,cozinha", aquela atitude me fez sentir excluída,pois até outro dia não havia problema de brincarmos todos juntos,questionei-o porque não queria que eu fizesse parte da brincadeira,meu semblante era de tristeza,ele parou por alguns instantes,e com a doçura em seu olhar  esticou os bracinhos em minha direção e disse "vem",me fez sentar junto com o pai em um círculo e brincamos e rimos até doer a barriga.Claro que essa atitude não me surpreenderia se o meu filho não tivesse apenas 2 anos de idade e colocasse em "cheque" teorias sobre o desenvolvimento infantil, aquelas teorias sobre desenvolvimento infantil aprendidas na faculdade,defendidas por mim quando ensinava ou planejava aulas na educação infantil.Como a de Piaget que diz que na fase pré-operatória (2 a 7 anos) a criança não consegue se colocar no lugar do outro,a fase do egocentrismo.De fato algumas vezes meu filho se apossa de algum brinquedo e verbaliza "meu,meu",mas observando mais atentamente esse "meu" ,aprendido após a entrada na escola,nem sempre tem o mesmo sentido da palavra,pois ao mesmo tempo que ele demonstra saber que um brinquedo o pertence ele demonstra saber dividir,pelo menos com os primos. 
A questão é, será que existe um método eficaz para educarmos nossos filhos? Além das teorias de Piaget,Vygotsky,Wallon,entre outros que sempre foram referência na minha prática educativa (com alunos),tenho lido sobre outras formas de educar,como por exemplo o método da criação com apego,seus princípios inicialmente são bem interessantes como sempre manter um relacionamento positivo com seu filho,entender as habilidades de desenvolvimento do seu filho,mas como todas as outras teorias e jeitinhos de educar tem lá principios que não concordo plenamente,como permitir que aconteçam consequências naturais,seja sensivel e deixe que o seu filho saiba que você o ama independente se ele tem atitudes negativas e prejudiciais ( para ele ou para outros),tenho que  destacar esse ítem como algo que me preocupa,porque esse "filho" um dia vai para a escola,vai viver em sociedade,vai trabalhar e como a lei natural da vida,nós pais não estaremos" lá" para ampará-lo,abraçá-lo ou mimá-lo quando ele mais precisar, nesse momento ele vai se sentir perdido,ineficiente e desamparado e nós pais nos sentiremos onipotentes seja lá onde estivermos.
Mas um detalhe positivo e  interessante sobre esse método,é a desmistificação de que o papel do pai na relação familiar é de somente prover,sustentar material e financeiramente,o papel do pai aqui passa a ser de parceria tanto com a mãe,quanto com o filho,um parceiro de amor e afeto.Até aí tudo bem,mas vamos aos fatos, o fato é que não acredito em receitas ou em métodos 100% eficaz quando se trata da educação dos filhos, acredito que todas as teorias tem os seus prós e contras, devemos ler,nos informar,trocar experiências,mas nunca esquecer que toda criança tem processos de desenvolvimentos diferentes,devemos respeitar sua individualidade e buscar educar de acordo com a sua personalidade,e que há situações e situações,há momentos que conversar resolverá,mas há momentos que você terá que tomar atitudes mais enérgicas(isso não inclui violência física ou emocional) afinal em todas as situações o adulto precisa manter o equilíbrio emocional , tornando a dificuldade em aprendizado, tanto para os pais como para os filhos.
Afinal, quando falamos de filhos estamos falando de pessoas e pessoas não é uma ciência exata, é humana e complexa e sempre necessitará de um olhar sensível,envolvido de afeto e amor.

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